Tio Walt - Parte 5: Vamo que Vamo


Após o período com filmes-pacote juntando curtas e projetos no mesmo filme tal qual Jonas Neubauer, Valt resolveu voltar às raízes. Uma história que ele queria contar já faz muito tempo, e que ele se identificava a um nível pessoal.

E assim se deu o início de Cinderela.




A história nos conta sobre uma guria órfã de mãe, que vivia muito bem com seu pai. Mas o cara queria que sua filha tivesse uma presença feminina, e se casou novamente com Madame Tremaine. Infelizmente, o cara morreu pouco tempo depois, o que deu abertura a Tremaine fazer com que Cinderela sirva a ela e suas duas filhas, e assim a moça cresce como uma escrava na casa, mas sem reclamar e fazendo o trabalho que tem de ser feito.

Enquanto isso, o rei tá preocupado por estar ficando velho e não ter netos ainda, porque o Príncipe prefere virar a madrugada jogando League of Legends e durante o dia ficava arrumando treta no 4chan. Assim, o monarca propõe um baile pro seu filho achar uma esposa, convidando todas as moças do reino. Tremaine permite que Cinderela vá ao baile com a condição de terminar todos seus afazeres e ter uma roupa que possa ir. Com a ajuda de seus amigos ratos falantes ela consegue arrumar o vestido de sua mãe, que é prontamente arruinado pelas suas meia-irmãs.

O resto vocês sabem: blábláblá, fada madrinha, príncipe, lucros.


Novamente, o estúdio Disney estava em jogo. Se Cinderela falhasse, significaria o fim do estúdio, e Valdisney provavelmente teria que trabalhar na beira-mar fazendo caricaturas dos turistas e vendendo chaveirinho do Mickey pra poder ter o que comer, enquanto ainda tinha que ouvir respostas como "Mickey quem?". E ele decidiu que era hora de jogar com as melhores armas.

Não era comum músicas feitas especificamente pra filmes serem sucesso no meio musical comum, ao menos na época. "Quem Tem Medo do Lobo Mau?" foi um acidente, assim como foi Branca de Neve e Pinóquio. Sabendo disso, Walt resolveu criar a própria distribuidora de músicas, pra tomar de conta dos direitos de uso das mesmas. Mas não só isso, ele contratou compositores que já tinham sucesso nesse mercado pra escrever as músicas de Cinderela.


E de fato, são músicas extremamente memoráveis e divertidas, que sabem o tom que devem dar em cada cena. Esse filme começa a mostrar mais a força da narrativa completa de Walt, onde a música tem um papel fundamental na história.

Não que os filmes anteriores não tenham esse elemento, mas aqui é quando ele começa a brilhar, até porque a própria narrativa é mais desenvolvida e finalmente volta à estrutura de 3 atos.


Embora o plot permaneça bastante simples, o filme coloca elementos interessantes o suficiente, focando mais nos ratinhos amigos de Cinderela e no gato de Tremaine, Lúcifer. A forma que eles narram a história também é sensacional, com toda a dinâmica entre Cindy e suas meio-irmãs e sua madrasta.


Tremaine é uma das vilãs mais perturbadoras da Disney, e por bons motivos. Ela fez uma lavagem cerebral em Cindy desde pirralha, a ponto de que ela não consegue se defender (que é melhor executado que no live-action de 2015, mas divago). A forma que eles a escreveram, cruel, cínica e manipuladora; a forma que eles a animaram, com um olhar penetrante e maquiavélico; contribui pra que ela seja uma das mais memoráveis vilãs do estúdio.


A animação em geral é linda, com cenas de movimento frenético com os ratinhos e com o rei, mas também com momentos adoráveis. Sem falar nas emoções dos personagens humanos, onde finalmente pudemos ver um pouco mais do talento dos caras em animar expressões e personagens realistas. Eu adoro quando a Cindy recebe a carta do rei e diz, ironicamente, "Talvez eu deva interromper a... aula de música." No momento grafado em itálico ela faz uma expressão de ironia mas ao mesmo tempo tão charmosa que poderia muito bem ter sido animada ontem.

E eu sempre vou amar esses cenários, eles dão uma sensação de grandeza e imponência que parecem de fato com algo saído de um sonho.


O filme tem levantado algumas questões polêmicas ultimamente (bem como Branca de Neve e Aurora, a qual discorrerei no futuro. Oh, como eu desprezo Aurora!). O ponto principal é de que as princesas clássicas (ou seja, as que tiveram seus filmes enquanto Walt era vivo), Branca, Cindy, e Aurora, são ridiculamente passivas e seguem o esteriótipo da donzela que aguarda o príncipe encantado enquanto não faz nada.

A minha resposta é simplesmente "vocês ao menos assistiram aos malditos filmes, suas maçanetas gamers com sotaque britânico?"


Ok, Branca de Neve de fato não faz muita coisa fora limpar a cabana dos anões, mas veja bem, serviço doméstico NÃO É MOLE. Pergunta pra sua mãe que tem que limpar, varrer, passar pano e ainda teve que cuidar de ti quando tu não sabia diferenciar um Hot Wheels de uma faca de carne. E Branca faz isso pra ao menos ter onde dormir e o que comer, enquanto fugia da Rainha Mariana que queria fazer espetinho com o coração dela, então ela não tinha muita opção. Ou fazia o que era possível pra agradar quem quer que morasse na casa (e ela notou que precisavam de alguém pra limpar), ou ela ia dormir com os animais e provavelmente morrer na primeira semana, enquanto cortava pedaços do próprio corpo pra se alimentar.


Cinderela já é um caso mais diferente. Desde pirralha sua madrasta sempre botou ela pra fazer serviço pesado, enquanto suas meio-irmãs (agora que eu parei pra pensar, o termo é "meio-irmã" ou "meia-irmã"?) eram educadas para serem donzelas (teoricamente) cultas e mimadas, que nem aquela sua colega sabichona da faculdade que passa o dia pendurada no iPhone compartilhando inutilidade no Facebook e tirando fotos de si mesma em expressões ridículas, mas se tu perguntar algo de política ou economia pra ela ela infla o peito e começa um discurso que não faz absolutamente nenhum sentido, mas ela fala com palavras semi-rebuscadas que dão a impressão de que ela de fato leu algum livro na vida.

Aposto como pensou em alguém muito específico agora.

A pobre Cindy não tinha muita escolha senão obedecer, porque ela foi treinada desde pirralha pra fazer só aquilo. Ela tinha sonhos altos, sabia da posição dela, e queria sair de qualquer jeito. Casar com o príncipe rico foi a forma de sair daquela situação deplorável, mas a princípio ela só queria ir ao baile e ter uma noite bela ao menos uma vez na vida. Como eu costumo dizer, às vezes o que a gente precisa pra enfrentar a vida real é só um momento de distração.
Casar com o príncipe não era a intenção principal (ao contrário de Ichabod que queria se casar com Katrina pra herdar a fortuna do pai dela).

E acima disso, ELA TRABALHA FEITO UMA MULA. O único momento que vemos dela ao menos relaxando é quando ela dorme e quando toma banho, fora isso é basicamente só trabalho. Mas cês notaram como ela trabalha?


Com um sorriso no rosto e cantando. Ela tem essa meiguice, essa alegria de fazer os trabalhos que é simplesmente admirável. Claro, ela não gosta da situação, mas foi a forma que ela achou de sobreviver.
"Ah mas mostra como ela é passiva e perfeitinha e-" As princesas são, a certo nível, modelos a serem seguidos. Digo, quase todos os personagens do estúdio são, mas as princesas que pegaram esse estigma, mas todos são filmes familiares e tem que ter boas morais e blablabalba.

Ela tem uma forma incrível de lidar com a pressão de sua família, com a injustiça de perder os direitos à casa, mas muitos de nós jamais teríamos essa fibra, especialmente porque nossa geração é acomodada demais, qualquer coisinha tá reclamando. Cinderela não, ela aguenta os abusos das meio-irmãs, da madrasta, e até do Lúcifer, porque ela sonha com um dia que tudo isso vai se acabar, de um jeito ou de outro.

E assim como ela, várias pessoas no mundo todo passam por problemas semelhantes. Algumas desistem e aceitam sua vida como ela é, outras batalham pra um dia terem uma vida melhor, ou darem uma vida melhor a seus filhos.

Se fosse qualquer um de nós provavelmente já teríamos surtado.


E é justamente por isso que Walt Disney sempre se identificou demais com a história de Cinderela. Assim como Cindy, ele teve uma infância e juventude difíceis, trabalhando entregando jornais debaixo da neve, quando era moleque. E assim como o Tio Patinhas, ele sabe que o sucesso vem de muito trabalho duro e esforço, mas nada disso seria possível se não tivesse começado com um sonho, um objetivo. Cinderela tinha esse sonho, tinha o apoio de seus amigos ratos, o que era o suficiente pra ela nunca desistir.


Uma última curiosidade, o Príncipe Encantado teria mais desenvolvimento, que de fato faz falta. Havia uma cena onde seríamos apresentados ao personagem, mostrando-o numa caçada a um cervo. Ao final da cena, era revelado que ele e o animal eram amigos, mostrando ele como um esportista, mas também amigos dos animais.


Ainda é um filme fantástico, embora Para Sempre Cinderela seja a melhor versão. Mas ainda é uma versão interessante pra apresentar a história à crianças.



Cinderela foi um sucesso de público, crítica, e venda de músicas e quinqulharias. E lá estava Walter, todo felizão da vida, distribuindo charutos, conhaque, e balas de gelatina a seus funcionários. Até que entra um funcionário esbaforido:


Bill: PAREM TUDO PAREM TUDO! Patrão Zé Válter, cê tem que ver isso!

Walt levantou a sobrancelha, curioso.

Walt: Por favor, não me diz que acabou o espaguete de novo.
Bill: É muito pior!
Walt: O que raios pode ser pior do que acabar espaguete?
Bill: A gente tá com dinheiro preso no Reino Unido.
Walt: Pelo amor de João Inácio Show!

Válter guardou todos os charutos que ainda não havia distribuído, guardou as balas de gelatina, e encheu a cara de conhaque até chegar a uma idéia pra retomar o dinheiro.


A situação era: depois da Segunda Guerra, alguns países da Europa decidiram que dinheiro feito por lá, teria que ser gasto lá, pra ajudar a economia local. Como os longas animados de Válter fizeram montanhas de grana por lá, o negócio era fazer um filme lá.

Logicamente, a decisão foi pelo clássico Ilha do Tesouro.



A história nos mostra Jim Hawkins (interpretado pelo moleque de Song of the South), que acaba se envolvendo com um mapa do tesouro de um pirata, e junto com o juiz e um médico amigos dele, vão atrás do tesouro sob a liderança de Smollett, mas durante o caminho acabam se encontrando com piratas, resultando num jogo de barganha dos dois lados.

E rapaz, esse filme não envelheceu bem.

Primeiro filme inteiramente em live-action de Disney, ele é bem carregado com marcas do tempo. Não há muita trilha sonora, a fotografia é monótona demais, há muitas cenas de diálogo, as cenas de ação são fracas, e a história parece meio sem rumo. Provavelmente se prendeu demais ao livro, mas não posso dizer com certeza, já que nunca li.

Exceto um dos capítulos iniciais, em um livro de Português lá em 2007. E pelo que eu me lembre, no livro é um pouco mais emocionante, com mais eventos.
Agora, uma coisa que esse filme acerta é nos personagens.


Long John é o pirata quintessencial, alguns acreditam que ele influenciou todo personagem pirata após ele, incluindo a forma de falar. Na real, ele me lembra muito o Barbossa de Piratas do Caribe, mas Barbossa é mais tridimensional, mostra uma variedade maior de emoções e com mais credibilidade. Fora a diferença de histórias, Barbossa é mais completa, Long John é mais simples. Jim Hawkins tmabém é mais interessante, sendo um personagem mais ativo na história, tendo até certa participação estratégica nos acordos entre os piratas e Smollett. Ao contrário do Jim de Muppets na Ilha do Tesouro, onde ele era na maior parte do tempo, um personagem passivo.

Mas ainda assim, de alguma forma, Muppets na Ilha do Tesouro é um filme melhor. Estabelece e desenvolve mais os personagens, a curva narrativa faz mais sentido, e é no geral um filme infinitamente mais divertido, mesmo tirando o elemento Muppet da equação.


De fato, a melhor forma de resumir esse filme reside na performance de Long John. É icônica, influencial, divertida pacas. Mas depois de um tempo acaba ficando meio monótono e tu nota claramente os sinais do tempo nele.

Não é um filme que envelheceu bem, de maneira nenhuma, mas se é um entusiasta do estúdio ou mesmo de piratas em geral, é bom dar uma olhada, até pra ter referências. É um filme histórico nos dois sentidos, afinal de contas.

Enquanto Walt decidia o que fazer com a nova linha de live-actions, ele finalmente pôde retornar a um projeto antigo: Alice no País das Maravilhas.



No começo dos anos 30, Walt quis fazer uma mistura de live-action com animação, que seria o primeiro filme do estúdio, e o escolhido foi Alice; provavelmente pegando carona em Alice's Comedies. O projeto tinha Mary Pickford como a protagonista, que chegou a fazer um teste de fotografia. Mas o projeto foi engavetado, e ele resolveu fazer Branca de Neve e os Sete Anões.

Fora que havia outra versão do livro feita pela Paramount na época (que, diga-se de passagem, me deixou sem dormir direito por uma semana).

No final dos anos 30, Walt resolveu voltar a desenvolver o projeto, com David Hall fazendo as concept arts; mas acabaram bastante sombrias, e não combinavam com a idéia de Walt. A Segunda Guerra deixou o projeto em espera de vez até 1945, quando ele retomou o projeto após ver artes conceituais de Mary Blair, com cores vivas e designs modernistas. Só então ele percebeu que seria possível fazer um filme baseado no livro.


A história narra sobre uma garotinha chamada Alice (que é de longe uma das crianças mais adoráveis que o estúdio já fez), que segue um coelho branco vestido como gente e acaba num lugar onde a lógica não existe e nada do que seus habitantes falam ou fazem tem o menor sentido, exceto entre eles mesmos.

Tipo uma Universidade Federal.

Não é um filme que tenha uma narrativa concreta em 3 atos, ou mesmo um conflito muito forte. O que move o filme é a curiosidade de Alice, que a motiva a ir atrás do Coelho e logo depois a faz encontrar diversos personagens estranhos. Mas ela também é levada pela curiosidade do lugar em si, e de fato, os artistas conseguiram um ótimo trabalho em criar um mundo fantasioso e que fizesse sentido dentro de si mesmo. Ao contrário daquela batida de trens flamejantes que foi o filme de Tim Burton, mas divago.


As coisas que aparecem são baseadas em elementos do mundo real, mas usando jogos de palavras, ilusões visuais, e distorção de lógica, que torna tudo de certa forma palpável a nós. O verdadeiro nonsense reside nos diálogos sem noção, onde uma coisa deixa de ser e você tem que explicar de novo, causando um loop irritante (ao menos pra Alice). Eu andei lendo o livro esses dias, e é incrível como esse filme traduz bem o sentimento de caos organizado, mesmo não adaptando o livro à risca.

E sim, é um livro difícil de se adaptar. É aquela coisa que, se você adaptar literalmente de uma mídia pra outra, alguma coisa vai se perder e vai ficar ruim. A menos que você tenha uma mão muito boa.

E o filme em si ele tem uma energia muito boa, sabe quando precisa ter mais diálogo e mais ação, fluindo de uma forma bastante natural. A ação normalmente acontece por consequência dos diálogos nonsense, e às vezes até mesmo durante, é um feito incrível. Sem contar que, pra um animador da época, era mais divertido fazer algo cartunesco do que fazer o processo de rotoscopia.


Aliás, é interessante. Se você pegar as comparações entre os modelos vivos e a animação, notará que a Alice é a única personagem que é extremamente fiel aos movimentos, enquanto os outros personagens agem mais como desenhos animados. É mais ou menos o efeito Muppet, onde o irreal e ilógico contracena com o real. Mas, de novo, divago.

E um crédito especial deve ser dado à atriz da Alice, Kat... Catarina Bom Monte. Alice em si é uma personagem que, se não for devidamente escrita ou atuada, acaba por ficar muito plana (como Burton mostrou na prática). Ela é o everyman, o personagem mais comum e identificável à platéia, que normalmente (mas não é a regra) se reserva a observar tudo que acontece, sem intervir muito. Já que o País das Maravilhas é tão cheio de personagens coloridos e marcantes, seria muito fácil tornar Alice desinteressante. Mas tanto a guria quanto os animadores conseguiram tornar ela palpável, emocional, interessante e ao mesmo tempo identificável.

Ela tenta entender o que se passa nesse mundo, tenta se misturar, entrar no jogo, mas até ela tem seus limites.

E como eu falei ela é ridiculamente adorável.


Esse é um dos poucos filmes Disney que eu vi MUITO quando era pirralho, e era um dos meus favoritos. Eu ainda consigo sentir o gosto de bolacha maizena na boca quando eu assisto dublado, é surreal demais. Então, sim, é muito fácil pra eu elogiar o filme, mas de fato, ele é uma excelente adaptação do livro, por justamente conseguir existir por si só. É um filme pipoca, onde é celebrado o nonsense e a criatividade insana que pode surgir disso (assim como os Muppets). É um trabalho incrível, que continua excelente até os dias de hoje.

Uma última curiosidade que provavelmente vai te fazer abrir umas duas abas no Google: o calendário de Março das Ostras bate com o calendário de Março de 2010, ano que foi lançado aquele insulto assinado por Tim Burton.

É! Pois é!


Mais uma vez, Valdisney precisava usar os recursos congelados no exterior. E tal qual um aluno que faz um trabalho de qualquer jeito só pra ganhar um ponto, ele lança The Story of Robin Hood and His Merrie Men.



Caso tenha vivido debaixo de uma pedra durante toda sua vida, a história conta sobre o Rei Ricardo da Inglaterra, que precisa deixar seu reino e defender Jerusalém nas Cruzadas. Enquanto isso, deixa o reino nas mãos de seu irmão, Príncipe João, que começa a reger o reinado com mão de ferro, aliado ao temido Xerife de Nottingham. Mas Robin, após perceber que João é totalmente o contrário de Ricardo, se opõe a ele e a seus altos impostos, juntando outros cidadão insatisfeitos pra roubarem dos ricos e distribuir aos seus donos originais.

E esse filme é o mais básico que você pode pensar. Vários aspectos das histórias de Robin foram surpimidas aqui, o que é uma coisa boa. O roteiro em si não se esforça muito pra criar personagens cativantes, mas ele consegue se divertir com eles em alguns momentos.


Como foram as atuações? Ok. Como é o roteiro? Ok. Fotografia, edição, trilha sonora? Ok.

Eu não sei bem se de fato Walt produziu esse filme só pra gastar os recursos na Europa, ou se de fato mostra que ele ainda não tinha muita experiência com live actions. Digo, sim, é notório a falta de vivência na área, tanto Robin Hood como Ilha do Tesouro sofrem da falta de energia, criatividade e diversão dos desenhos. Ao menos em Ilha do Tesouro era legal conhecer alguns personagens, acompanhar suas histórias, o ambiente, mesmo sendo um filme de piratas bem básico. Aqui, até o cenário parece falso. Eu não sei se o cenário é pintado ou real, mas nesse caso é porque tudo parece ser pintado e colocado na frente da câmera, que era uma técnica comum até um tempo atrás.



Então, é... Esse é um filme fortemente passável... Ele não é ridiculamente chato como Song of the South (se não fossem as animações e o Tio Remus), ele tem alguns momentos genuinamente divertidos. Mas são tão poucos e o resultado é tão esquecível, que nem vale a pena ir atrás, a menos que seja por motivos históricos.

Segundo a Wikipedia, foi o filme mais popular no Reino Unido, o que pode mostra que, na real, esse filme envelheceu muito mal.

Uma das decisões mais interessantes
foi botar um menestrel pra ajudar a contar a história.

Quando eu vi o primeiro filme do James Bond com o Prof. Carvalho ele mencionou que os filmes da época não achavam muito necessário uma trilha sonora. O que explica Ilha do Tesouro e Robin Hood, e o fato de eu achar esses três filmes muito monótonos.

Mas é bom me acostumar, porque depois de um tempo, Walt notou que live-actions são relativamente mais baratos de fazer que uma animação, e que dão um bom retorno, se atingir o público certo.

E durante os anos 60, tome-le live-action.

Por algum motivo Gregório Duvivier
interpretou o Príncipe João




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